Usando Fedora Kinoite e a experiência de usar um Sistema Atômico
Meu computador quebrou há mais ou menos um mês e, desde então, tenho usado o notebook da minha companheira.
Acho que há cerca de um ano, resolvi instalar Linux definitivamente no notebook dela, pois para o tipo de uso que ela tem, Linux ou Windows não faria diferença, e, de fato, não fez!
Na verdade, fez sim: não há mais spyware no computador dela e fica muito mais fácil para mim resolver problemas que ela tiver, porque uso Linux como sistema operacional padrão há quase 5 anos, então já estou bem acostumado.
Como a ideia era não dar trabalho para ela e fazer a experiência ser algo como "instalar e esquecer", resolvi instalar Fedora Kinoite (a versão KDE Plasma dos desktops atômicos do Fedora). Por sinal, desktops atômicos são instalações Linux onde o diretório raiz do sistema é "somente leitura", o que dificulta muito a quebra do sistema. A grande maioria dos aplicativos instalados pelo usuário vem via Flatpak, então nada no diretório raiz é modificado.
Muito legal, né? Bem parecido com o Android e torna as lojas de aplicativos do Linux ainda mais interessantes para o usuário final.
Mas e aí, como é usar um sistema assim quando você é nerd e gosta de mexer nas coisas? E como faz para instalar aqueles programas que não estão disponíveis nos repositórios do Fedora ou no Flathub? Compilar programas diretamente do código-fonte?
Felizmente, os nerds (obrigado, equipe de desenvolvimento do Fedora) pensaram nisso. Toda instalação Fedora Atômica vem com Toolbox, um aplicativo que usa Podman (containers) para criar uma minúscula "máquina virtual" no terminal, que tem acesso aos seus arquivos e configurações da /home, para você basicamente ter acesso a um sistema "tradicional" pelo terminal. A única diferença é que você tem que executar toolbox enter
quando abrir o terminal (o que provavelmente pode ser automatizado) para acessar seu sistema "tradicional". Por padrão, ele acessa uma versão do Fedora com o mesmo número de lançamento que a sua instalação atômica. Se você estiver usando Fedora 41 (atômico), o Toolbox acessa uma versão do Fedora 41 tradicional. Nela, pode usar seu adorado sudo
sem medo. Se quebrar, basta apagar a máquina virtual do Toolbox e criar outra.
Para quem gosta de trabalhar usando interface gráfica, é tranquilo, você quase não sentirá a diferença e, sabendo como o sistema funciona, já saberá o que esperar e como lidar com as possíveis adversidades de usar um sistema atômico. E, por experiência, pelo menos para alguém que usa para coisas mais "leves", usar o terminal em um sistema atômico é super tranquilo. Parece ainda mais seguro, na verdade, pois posso brincar à vontade, instalar um monte de porcaria pelo PIP ou NPM, que meu sistema não vai implodir. E, se implodir, é só apagar e começar de novo!
Talvez sistemas atômicos sejam realmente o futuro do desktop Linux para o usuário comum. Não ter que se preocupar com o sistema quebrando, atualizações automáticas que realmente funcionam, aplicativos mais seguros com o sandbox dos Flatpaks, tantas vantagens! E, para quem não curtir, sempre há os sistemas tradicionais, que existem há quase 40 anos, nada impede você de instalar seu Arch Linux diretamente da CLI!
Se vocês já usaram, usam ou querem usar (ou mesmo têm alguma dúvida), usem os botões abaixo para mandar uma mensagem. Eu adoraria continuar essa conversa!